Review | Falcão e Soldado Invernal – Nova Ordem Mundial 1x1


Falcão e Soldado Invernal é a segunda série original produzida pela Disney+ sobre o UCM (Universo Cinematográfico Marvel) e veio revelar os bastidores da vida, lutas e conflitos de dois queridos personagens do núcleo do Capitão América.

Para quem nãos e lembra, o Steve Rogers abriu mão do “manto” de Capitão América em Vingadores, Ultimato, após decidir voltar no tempo e aproveitar um vida ao lado de seu grande amor, Peggy Carter. Ao retornar ao tempo atual, o personagem já idoso, entrega o escudo para Sam Wilson para que ele assuma o cargo de Capitão América.

Já nas primeiras cenas de Falcão e Soldado Invernal, vemos Sam Wilson em uma missão para salvar um militar que foi sequestrado por Georges Batroc, o mesmo pirada que roubou o navio da Shield, o Estrela da Lemuria, em Capitão América, Soldado Invernal.

Nesse momento temos acesso a uma das cenas de luta mais icônicas do Falcão, onde ele utiliza toda a sua habilidade de voo para vencer o inimigo. Sempre como personagem coadjuvante, Sam Wilson tem poucas cenas de luta centralizadas nele ao longo das produções anteriores – o que realmente foi uma pena, tendo em vista o grande potencial do personagem – com um pequeno destaque para Capitão América - Guerra Civil, quando somos apresentados ao seu “auxiliar” o asa vermelha.

Após alcançar seu objetivo, Sam se despede de seu ajudante na missão, Joaquin Torres, e retorna para Washington para um memorial em homenagem ao Capitão América, onde Wilson doa o escudo para exposição. Nesse momento temos a participação de um personagem já conhecido do UCM, o Capitão James Rhodes que prestigia a cerimônia e tira alguns momento para refletir com Wilson sobre sua nova jornada.

Nesse cena vemos o conflito de Sam em assumir a “vaga” deixada por Steve Rogers e um possível sentimento de impostor que ronda os pensamentos do personagem, tendo em vista que ele acredita que nunca chegaria aos pés do legado deixado pelo primeiro Capitão América.

Após um momento saudosista no museu Smithsonian, a série leva os espectadores para conhecerem o passado e a ‘vida’ normal do super herói, mostrando sua família e dramas individuais: lidar com a distância da irmã por conta do trabalho e falta de dinheiro para salvar o patrimônio da família.

Assim como WandaVision, os personagens voltam a abordar os efeitos do ‘blip’ – desaparecimento causado pelo estalo da Manopla do Infinito, sob o comando de Thanos – e como os quatro anos desaparecidos atrapalharam na vida comum deles.

Com um corte de cena, somos apresentados ao segundo personagem principal da série, o Soldado Invernal, James Buchanan Barnes, o “Bucky”, que está em fase de remissão de seu passado, tentando corrigir o erros e fazendo acompanhamento com uma psicóloga.

Em constante conflito, Buck pode ser considerado como um dos personagens mais atormentados do UCM. Após seu sequestro pela Hydra e ser transformado em um soldado totalmente controlado para matar, o personagem luta para ter uma vida comum longe dos holofotes. É nesse contexto que percebemos o quanto Buck está atormentado e que seu processo de autoperdão é mais complexo, pois ele se aproxima do pai de uma e seus vítimas, como uma forma de encontrar paz – e ao mesmo tempo, também se martirizar.

Esse constante conflito dá continuidade ao processo iniciado em Capitão América – Guerra Civil e ao processo de cura em Wakanda, atrapalhado pela chegada dos seguidores de Thanos.

A produção insere um terceiro núcleo no drama, protagonizado incialmente por Joaquin Torres – o amigo de Sam que ficou para trás após a missão inicial do episódio – que segue uma suposta célula terrorista aparentemente liderada por um aprimorado (pessoas que apresentam grandes habilidades físicas e/ou mentais após experimentos científicos).

É a partir desse momento, nos últimos minutos do episódio, que a série leva os fãs para o drama central da narrativa: o governo decidiu que era a hora de nomear um novo Capitão América, que além de assumir o manto e nome do conhecido herói, também empunha o escudo doado por Sam.

O sentimento de traição e revolta é retratado na face do personagem, que mais uma vez mostra a falta de lealdade e compromisso dos acordos firmados pelo governo.

Com qualidade cinematográfica que faz jus aos últimos 10 anos do UCM, Falcão e Soldado Invernal é mais uma obra de alta produção e investimento da Marvel/Disney que promete mobilizar os fãs, assim como aconteceu há algumas semanas com WandaVision.

Em 40 minutos de série, conseguimos entender os temas chave da produção, ser instigados a desenvolver teorias conspiratórias e questionar as intenções de cada elemento da narrativa – o que com certeza garante um maravilhoso plot twist para a série.

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