[RESENHA] As Modistas, Sedução da Seda – Loretta Chase (Editora Arqueiro)



“Elas parecem enxergar a promessa de fazer um vestido sob a mesma luz intransigente que você e eu enxergaríamos um débito de honra.”

Olá pessoal,


Gostam de romance de época? Para quem já acompanha o Blog Modernagem sabe que amooooooooo me perder no século XIX e essa semana terminei a leitura de SEDUÇÃO DA SEDA, o mais novo livro da Loretta Chase, da série As Modistas. Ele foi lançado no mês de maio pela nossa parceria, a Editora Arqueiro, e hoje trago para vocês a resenha dessa envolvente e divertida história (como não amar um verdadeiro duque?).

Confiram:


Sobre o autor

Loretta Lynda Chekani nasceu em 1949 numa família albanesa. Assim que aprendeu a escrever, passou a pôr no papel as histórias que inventava. Formou-se em inglês pela Clark University, onde trabalhou meio período como professora, ao mesmo tempo que escrevia roteiros. Foi quando conheceu um produtor que a inspirou a publicar suas histórias. Os dois acabaram se casando.

Com o sobrenome do marido, Loretta Chase vem publicando romances históricos desde 1987, pelos quais ganhou vários prêmios, inclusive o RITA, da Associação Americana de Escritores de Romances, por O Príncipe dos Canalhas.

“Uma mulher extremamente talentosa dará um ar distinto ao seu vestido [...], da mesma maneira que um escritor criterioso traz alma a toda uma frase com uma simples expressão.”

Sobre a obra

Marcelline Noirot é uma jovem e ambiciosa modista que para vencer na vida cuida sozinha de sua loja, das irmãs mais novas (Sophia e Leoni) e de sua filha (Lucie). Com o objetivo de expandir seus negócios e derrotar sua principal concorrente, ela se envereda nos principais eventos da nobreza francesa com o objetivo de cativar o Duque de Clevedon.

Poderoso e com uma grande fortuna, o Duque está prestes a se casar com lady Clara Faifax, uma das mais belas jovens de Londres, mas com um terrível gosto para a moda. Marcelline espera que ao despertar o Duque para as belezas do vestuário feminino, ele indique sua loja para a futura Duquesa.

Dona de um passado obscuro, que condena toda sua família, Marcelline se vê em uma frenética corrida pelas estradas de Paris e Londres, para mostrar ao Duque que ela é a melhor modista do mundo. O que a moça não imaginaria é que Clevedon encontra nela uma determinação e astucia, que podem cativar seu coração e colocar em perigo os planos de estabelecer seu negócio.


“O absurdo daquele baile ao qual Noirot não pertencia, mas que se fez pertencer, onde ela era o sol e todos se tornaram pequenos planetas e luas orbitando ao redor dela.”

Opinião pessoal

A Loretta Chase é uma fofa! Simples assim.

Escrever romances de época, principalmente em pleno século XXI, exige do autor um grande desapego dos costumes atuais, sensibilidade, pesquisa e a capacidade de se colocar em um universo extremamente desconhecido, com criatividade e personalidade. E é exatamente isso que vemos nas obras da Lorreta.

Além de construir personagens cativantes e geniosos, a autora cria situações e cenas que tornam suas obras únicas (são pequenas “sacadas” que trazem paixão e divertimento ao leitor) e marcam os traços pessoais do escritor.

Ela resgata muitos aspectos de autores tradicionais como Jane Austen: a ideia de somente revelar o primeiro nome de uma pessoa, quando ela já é intima ou extremamente próxima; a forte personalidade de suas protagonistas; o glamour dos cenários; e o respeito pelo “pudor” social – deixando de lado o rebuscamento da linguagem clássica.

Um traço que contradiz bastante os romances tradicionais é o caráter de seus protagonistas do sexo masculino, como é o caso do Duque de Clevedon. Com uma infância conturbada, o rapaz está em uma eterna busca por algo (que nem mesmo ele sabe o que é), encontrando em Marcelline muito mais do que esperava em uma mulher: a sagacidade de uma comerciante e espírito livre de um animal selvagem.

Já Marcelline, que já sofreu mundo pelas duvidosas escolhas de seus pais (e pelas dificuldades da vida), sente-se no dever de sempre tentar mais e mais. Encontrando no Duque justamente os valores que ela sempre sonhou em um bom marido, mas que infelizmente está fora de seu alcance. Para a jovem, ele não passa de pedra no meio do caminho, na qual ela pode se apegar e perder tudo ou utilizar como degrau para seu sucesso.

Nesse “triângulo” se encontra lady Clara, que mesmo sendo objeto do afeto de ambos – do Duque pela proximidade e possibilidade de um casamento bem sucedido, e de Marcelline por ser a modelo ideal para os manequins, que a modista desenha em Londres –, terá que lutar contra os fantasmas do passado de Clevedon e com a presença de Noirot, para encontrar seu destino.

Essa envolvente história deixa o leitor ansioso pela continuação da saga, fazendo da obra uma aquisição com garantia de satisfação.

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